sábado, 30 de abril de 2011

A Criança INDIGO: Como Lidar com eles

A criança índigo: Como lidar com eles

O seu filho “viaja” quando ouve algo que não lhe interessa na aula? Ou vira-se para um papo-cabeça com o colega? Ele parece desatento e distraído, mas fica horas superconcentrado no que gosta, como jogos de computador, futebol ou teclados de um piano? Ele é rebelde, respondão e detesta injustiças? Precisa que você lhe explique com todo o carinho os motivos para que obedeça? Pois o seu filho pode ser um índigo — a cor arroxeada do jeans, quase lilás, e escolhida por representar uma aura positiva. O rótulo foi criado por especialistas americanos para designar uma criança hipersensível, cujo cérebro recebe muito mais estímulos que a média dos mortais. A personagem Salete (Bruna Marquezine), de “Mulheres apaixonadas”, é uma índigo, com uma intuição tão exacerbada que chega a ser premonitória. Quem confirma é o autor Manoel Carlos:
— Nos Estados Unidos ouvi falar muito em crianças índigo. Salete é índigo. Ela tem uma percepção da luz, vê anjos, prevê acontecimentos, tem premonições. Algumas vezes, as crianças índigo não distinguem se são sonhos ou visões e nem sabem que são índigo. Mas não se trata de um fenômeno raro.
Para a psiquiatra Ana Beatriz B. Silva, o índigo ou o lilás é a versão superdotada dos portadores do já conhecido distúrbio do déficit de atenção (DDA), uma característica do funcionamento cerebral superestimulado. Há poucas décadas, o DDA era tido como doença, lesão cerebral ou disritmia, que deveriam ser tratadas com drogas pesadas, segundo ela, uma visão hoje “ultrapassadíssima”. Ana Beatriz acaba de lançar o livro, já best-seller, “Mentes inquietas” (Ed. Nepades), no qual explica como lidar com essas crianças de cérebro hiperestimulado para que elas desenvolvam suas potencialidades — geralmente geniais — e não terminem rotuladas, em casa e na escola, como intempestivas, desatentas e até agressivas, o que as leva ao desastre.
Os autores do livro “The indigo children”, Lee Carrol e Jan Tober, acreditam que haja uma geração sem precedentes de índigos nos EUA. Ana Beatriz concorda: essa geração índigo é fruto da revolução tecnológica, que hiperestimulou as crianças, trazendo à tona seus expoentes DDA:
— São os casos daqueles jovens que fizeram o seu primeiro milhão antes de terminar o ensino médio. Eles já eram DDA, mas, com a revolução tecnológica, foram ainda mais estimulados, hiperfocaram a atenção na eletrônica e produziram coisas geniais.
No Brasil, como a revolução tecnológica chegou alguns anos mais tarde, a explosão de potencialidades dessa nova geração índigo ainda está por despontar, mas Ana Beatriz já vê alguns deles, como o músico Marcelo Yuka, seu paciente há quatro anos, cujo “faro para a estranheza”,como ela brinca, vem desde a infância: — Tudo o que Marcelo Yuka descobre em termos de sons e parece estranho, depois de algum tempo vira popular.
Os índigos têm ainda uma intuição exacerbada, como a Salete, que, segundo Ana Beatriz, é interpretada como uma espiritualidade elevada:
— Mas o que a ciência comprova é que os índigo têm um funcionamento cerebral diferente. Se não forem bem compreendidos, podem ser confundidos com pessoas impulsivas e agitadas.

Como lidar com o índigo

SEM IMPOSIÇÕES: A psicóloga Débora Gil diz que os pais do índigo não devem fazer imposições só por necessidade de obediência. Essas crianças sensíveis, talentosas e inteligentes não aceitam explicações do tipo porque sim ou porque não, respostas, segundo ela, tidas como de criança, mas muito usadas por pais autoritários. Essas crianças não funcionam assim e exigem que os pais, com calma, expliquem o porquê de suas ordens.
CASTIGOS ABSURDOS: As ameaças de castigos absurdos, como o homem do saco vai pegar, vão passar pimenta na boca ou o papai do céu vai castigar, podem fazer o feitiço virar contra o feiticeiro. O índigo vai ver que esses castigos não acontecem e perderá o respeito por esses pais.
DISCUSSÕES FECHADAS: Nunca se deve discutir a respeito do índigo na frente dele. Ele vai querer participar da discussão. Até mesmo uma questão marido-mulher, do tipo você demorou a chegar, dá ao índigo o direito de se intrometer.
PAIS DIVERGENTES: Se o índigo percebe que os pais discordam em muitas questões — e ele percebe tudo — vai acabar manipulando a família inteira. Os pais devem divergir longe do índigo.
PAIS ATUALIZADOS: Os pais do índigo devem se atualizar em questões de alta tecnologia para poder acompanhar a criança e conversar com ela. Os índigos preferem revistas de ação, desenhos mais elaborados como os do X-Man, de tecnologias mutantes, jogos eletrônicos hiperativos como The Sims, que é uma simulação da vida real; o Civilization, que cria estratégias para a civilização desde o começo do mundo e leva meses para terminar. Se os pais não se atualizam, segundo Débora Gil, rapidamente os índigos deixarão de falar com eles, com a convicção de que eles não entendem nada mesmo.
REDAÇÃO NA ESCOLA: A psiquiatra Ana Beatriz B. Silva diz que nos Estados Unidos as escolas assimilaram há algumas décadas a lidar com os índigos, estimulando suas potencialidades. Uma sugestão de Débora Gil é a de redações de temas livres e variados. O índigo escreve com pressa, come palavras e teria mais facilidade em escrever sobre o que mais lhe agrada.
PROFESSOR ALIADO: As turmas do índigo devem ser pequenas e o professor não deve ser um superior, mas um aliado. Uma maneira de trazer a atenção do índigo é lhe passar tarefas significativas, papéis de responsabilidade. Ele deve ser convidado para ser o monitor, um auxiliar do professor e jamais deve ser repreendido em público, muito menos de maneira estúpida ou severa.

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